12 de fevereiro de 2010

Avaliação Psicológica

Voltei para contar para vocês sobre como foi a avaliação psicológica. Acho que essa é uma das avaliações mais temidas, se não for a mais temida de todas...


O médico pediu 3 sessões com a psico. E eu fui lá ver no que dava.
Na primeira sessão já fiquei super tranquila. Achei que ia encontrar alguém séria, carrancuda e que ia me encher de perguntas.


Eu que sou pouco tagarela, nem precisei que ela terminasse a primeira pergunta para começar a falar. 


 A pergunta foi:
"Por que você resolveu fazer a cirurgia bariátrica e por que agora?"


Tagarelei quase 50 minutos e já estava na hora de ir. 


A psico me entregou um diário alimentar que eu deveria preencher durante três dias alternados. O diário, em formato de tabela, trazia perguntas como:



  • O que Comeu / Horário / Quantidade / A Refeição foi Planejada?/Quanto tempo durou a refeição? / Qual sentimento (raiva, cansaço, culpa) / Sentia fome antes?/Foi por Compulsão?/Sensação de fome depois de comer
.
Pediu que eu levasse o diário na próxima sessão, e também que o levasse na consulta com a nutricionista. 

Na segunda sessão ela trouxe uma técnica (como chama) para conversar comigo. Por motivos de ética, prefiro não falar como foi, pois caso alguém passe por algo semelhante, não será influenciado. Sò o que posso dizer é que esse instrumento serviu para avaliar o quão ciente eu estava do que representava a gastroplastia na minha vida.

Na última sessão, tive que levar alguém da família, de preferência alguém que morasse comigo. Se não tivesse ninguém disponível, poderia ser uma amigo, ou colega de trabalho. O importante é que fosse alguém que convivesse diariamente comigo.

Falamos sobre expectativas, dificuldades, obstáculos, desejos, sonhos, frustrações. Tudo relacionado à gastro. Mas o foco principal foi preparar meu marido para que ele fique atento a possíveis sinais que posso apresentar caso algo esteja errado comigo, principalmente se eu cair em depressão.

Destacou as fases de quem opera: 

  • Fase do bebê: A cirurgia é como um renascimento para a maioria das pessoas e o pós operatório inspira muitos cuidados. A relação paciente-nutricionista muito se assemelha a relação bebê-pediatra. É o nutricionista/pediatra que vai ditando as regras, liberando alimentos aos poucos, passando da fase liquida (no caso do bebê a amamentação/mamadeiras) para a pastosa (sopinhas), a introdução gradual de alimentos, até a alimentação estar completa. É uma fase de maior fragilidade emocional
  • Adolescência / Emagrescência: É quando já se percebe o emagrecimento, já é possível comprar roupas em "lojas normais", há mais paqueras, maior preocupação com a aparência. Nessa fase, pessoas comprometidas começam a despertar ciúmes em seus parceiros, solteiros voltam a se relacionar amorosamente, há uma sensação de bem-estar constante, euforia. O adulto se não acompanhado, pode desenvolver um estilo de vida "cool" demais e age impulsivamente, tentanto recuperar o tempo perdido, e se não tiver bom senso, pode se machucar com isso. Muitos, ao emagrecerem, sentem-se ótimos e abandonam o acompanhamento médico/nutricional/psicológico.
  • Fase Adulta: A cirurgia está praticamente esquecida... Já está incorporada à vida real. A meta de peso foi alcançada e a vida real grita. Os problemas que existiam antes da gastro continuam (ex: marido foi infiel, pessoa não consegue emprego). A pessoa precisa estar preparada e consciente de que a cirurgia não vai resolver os seus problemas. Magros também tem desilusões amorosas, também ficam desempregados, enfim, magros também tem problemas. Por isso a necessidade de seguir com um acompanhamento psicológico ao longo do tempo.

Nooooossa, quanta coisa, né??? Esse post ficou gigante, mas acho que valeu a pena.
Fica a dica então:
Independente do método (gastro, RA, etc) que vc utiliza no seu emagrecimento, lembre-se que o apoio psicológico é fundamental!! 

Beijos e até a próxima!!

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