20 de abril de 2010

QUASE


"QUASE" (Luís Fernando Veríssimo)




Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.




É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,

quem quase passou ainda estuda,

quem quase morreu está vivo,

quem quase amou não amou.


Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto.


A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.



A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.


Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.



Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.


O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.


Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.


De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.



Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.


Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.



Desconfie do destino e acredite em você.


Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

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Pois é, o texto acima reflete bem o meu momento de vida...
Do que tenho medo? O que espero? Por que ainda insisto em viver no outono??
A terapia tem me ajudado demais a me entender melhor, o que sinto, o que penso, o que realmente desejo...
Acho que esse acompanhamento psicológico tem sido fundamental na minha recuperação pós-cirurgia e preciso dele.
Por que insistimos em deixar nossa vida tão complicada? Por que não simplificar?
Acredito que para isso é preciso muita coragem!
Se eu tenho coragem? Um pouco, não o suficiente...
Saio em busca de mais coragem de hoje em diante...É um compromisso comigo mesma...Um compromisso com minha vida, com minha felicidade...

Beijos!

4 comentários:

Anônimo disse...

Sim, acredite em você. A vitória está dentro de você, só você pode sentí-la.

Um bjo grande...Júnior

Unknown disse...

Já disse que nunca gostei de blogs, mas sabe... há algo no que vc escreve sobre vc que projeto um pouco de mim. Me enche os olhos de lágrimas, me faz sorrir, ficar triste, esperançosa... agora mesmo estou mal... mas foi tão bom ler o que vc colocou ontem e antes de ontem.
Obrigado

Anônimo disse...

A cada dia te admiro mais.

Estarei na reuniao quinta-feira

Bjos e Que a Paz esteja com vc

Abiqueila

NOC disse...

Oi flavia

Sei o que esta sentindo passei por isso também, mas fiz a terapia antes da cirurgia. Os sentimentos começam a aflorar mesmo, pois não temos mais a comida para nos escondermos e nem para nos preencher...o emocional fica frágil...e cambaleamos mesmo...mas Flavia fique firme, vc vai passar por esse momento, acredito é só um momento... por mais dificil que pareça.

Conte comigo pra qualquer coisa.

bjim